segunda-feira, 1 de outubro de 2007

REAÇÃO EM CADEIA

Política é como novela, para entendê-la não podemos perder um capítulo sequer.
O primeiro e longo capítulo começou com a denúncia que Renan super bonder pagava a pensão de sua filha, fruto de um caso extra-conjugal, com a ajuda de um lobista de uma empreteira a quem destinava emendas.
Foram meses de indefinição e conforme os dias passavam mais denúncias apareciam contra o presidente do Senado.
O PSOL então protocolizou a primeira denúncia no Conselho de Ética. Uma novela à parte foi a escolha do relator, que terminou com a escolha de um triunvirato: o senador Almeida Lima(que apresentou relatório em separado inocentando o "inocente" Renan) e os senadores Marisa Serrando(PSDB/MS) e Renato Casagrande(PSB/ES) que apresentaram relatório apresentando 8 motivos mais que suficientes para a cassação.
Na votação do conselho, sessão aberta e voto aberto, a cassação foi aprovada por 11 votos a 4. Já no plenário, voto secreto e sessão secreta, Renan foi abolvido. O placar foi o seguinte: 40 votos pela absolvição, 35 pela cassação e 6 se abstiveram covardemente. Não custa lembrar as ameaças que Renan fez a senadores durante a sessão.
Depois do resultado foram realizadas pesquisas com senadores e foi constatado que 46 votaram pela cassação! Nessas horas precisamos do falecido senador ACM e do atual governador do DF Arruda para violar o painel do senado. Pelo menos foi o que disse o senador Artur Virgílio(PSDB/AM).
A sessão secreta não foi tão secreta assim, graças a 15 deputados federais que conseguiram o direito de assistir a sessão e trouxeram à público o conteúdo dos discursos e principalmente as articulações, bem-sucedidas, que salvaram a pele de Renan super bonder.
Entre os articuladores estavam os senadores do PT Mercadante(SP) e Ideli Salvati(SC) que, depois que se deram conta que a sessão não foi tão secreta assim, voltaram atrás e principalmente Mercadante passou a defender abertamente o afastamento de Renan da presidência, o combinado dizem alguns, que Renan fez questão de ignorar.
Os ânimos ficaram alterados entre PT e PMDB. Foi nesse momento tenso que entrou em pauta a votação da Medida Provisória que criava o Ministério de Planejamento de Longo Prazo. O PMDB se aproveitou da fragilidade da base do governo no Senado para se aliar à oposição e simplesmente demitir o ministro Mangabeira Unger.
Essa votação foi uma demonstração de força do PMDB para mostrar que espera do PT a mesma postura que o partido teve na votação do primeiro processo, sob pena de não aprovar a CPMF que logo, logo chega ao Senado. Foi também uma forma de pressionar o governo a nomear os indicados do PMDB nas estatais. O PMDB já admitiu que quer mais atenção e carinho do governo Lula.
O próximo capítulo da novela será amanhã. Um encontro do presidente Lula com a coalização de 11 partidos que apóia seu governo. Traduzindo, o presidente vai se encontrar com os descontentes para ver como pode se redimir e dar atenção e carinho aos seus aliados visando assegurar a aprovação da CPMF.
Renan o Super bonder está mais forte que nunca! E o horizonte que se avizinha não é dos melhores...

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