segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A DISTÂNCIA ENTRE GOVERNO E OPOSIÇÃO

O governo do PT, estadual e federal, vem demonstrando de várias formas a diferença de comportamento quando um partido está na oposição e na situação.
Regionalmente falando, a eleição para o próximo conselheiro do TCE é uma prova cabal da discrepância entre discurso e prática. A mesa diretora da Assembléia decidiu, por maioria, impedir a candidatura da oposição de acordo com uma interpretação leviana da Constituição da Bahia.
A atitude despótica superou, e muito, o comportamento dos carlistas quando ainda estavam no poder. Os oposicionistas já decidiram que vão à Justiça para garantir a candidatura do deputado Roberto Muniz(PP).
Uma das bandeiras do partido sempre foi a independência entre os poderes, ou tecnicamente falando, das funções administrativas: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
O governo da Bahia conseguiu reduzir a oposição no parlamento a apenas 13 deputados estaduais. É um número tão insignificante que impossibilita até a instalação de uma eventual CPI. Nunca a oposição baiana esteve tão reduzida, apesar de ter saído das urnas com um bom número de representantes.
Um partido que passou para a base governista, inclusive ganhando parlamentares e não se sabe a que preço, foi o Partido da República(antigo PL) que sempre foi aliado do DEM no estado. Até quando vai durar a aliança só o tempo dirá.
Esse é o lado ruim da distância entre o discurso na oposição e a prática no governo.
O lado bom, de outra forma, ocorre quando, ao chegar ao governo, o partido percebe que tamanha vai ser a irresponsabilidade administrativa, e política, se realmente seguir o discurso que proferiu durante a oposição.
O governo Lula é um exemplo claro da mudança, desde a Carta ao povo brasileiro, no que se refere à condução da economia brasileira. É certo que Lula manteve a cartilha do governo FHC, um pouco diferente, mas manteve.
É de fácil percepção a manutenção dos mesmos fundamentos econômicos, quando se observa que o Presidente do Banco Central, Henrique Meireles, eleito Deputado Federal pelo PSDB de Goiás em 2002, é hoje um dos mais próximos ministros ao presidente Lula.
A boa condução da economia, e o fraco discurso do PSDB, fizeram com que os eleitores - o que ficou comprovado em recente pesquisa - esquecessem que a estabilização da economia foi uma conquista tucana, e não petista.
Mais duas situações demonstram a distância entre estar no governo e na oposição: a privatização das estradas brasileiras por empresas estrangeiras(a palavra privatização e demônio eram sinônimos para o PT) hoje são defendidas e até comemoradas pelo presidente Lula; na Bahia, a tão combatida vinda da Ford para Camaçari, será da mesma forma comemorada pelo governador Jaques Wagner e pelo presidente Lula, ambos do PT.
Quando a privatização deixou de ser ruim para o Brasil?
E a quanto a Ford, quando a empresa deixou de ser o monstro que ia sugar os recursos da Bahia para se tornar parceira do governo? Inclusive, o governo estadual promete novos investimentos para ampliar as operações da empresa automobilística.
Como a oposição deve agir? Contra tudo que o governo propuser mesmo sendo um projeto que trará benefícios para a população?
Quais os limites de um discurso oposicionista? Quando ele passa a ser demagógico?
Com a palavra, os políticos!

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