segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O avesso da rebeldia

Caetano Veloso diz em Sampa que a cidade de São Paulo é o avesso do avesso do avesso... Me aproprio, sem sua permissão, da sua famosa frase "é o avesso do avesso do avesso" para caracterizar a juventude brasileira de hoje, principalmente aquela organizada nas associações estudantis.
Já faz muito tempo, ou não, em que eu também era jovem e apesar de não integrar nenhuma entidade, ou mesmo partido político, sempre procurava me colocar diante daquelas questões  principais do momento e mudar o mundo. Toda juventude sonha em repetir os feitos do maio de 68 em Paris, ou do movimento direitos civis nos EUA (Woodstock incluído!) ou ter participado da passeata dos Cem Mil no Rio, da campanha pelas Diretas ou mesmo ter sido jovem no levante democrático "Fora Collor". Quando jovem, queria ter participado desses movimentos...
Na minha juventude, porém, tive a oportunidade de participar de um movimento baiano que teve repercussão nacional que foi a luta para pedir a cassação dos senadores ACM e José Roberto Arruda por causa do escândalo da violação do painel do Senado. Coincidência ou não, a revolta estudantil - que depois contagiou outros setores da sociedade - passou para a história como maio de 2001.
Com a histórica eleição de Lula para a presidência tudo mudou e a juventude rebelde se calou. Quando eu poderia imaginar que o escândalo do mensalão do governo federal em 2005 não fosse indignar um jovem rebelde e revolucionário (eles se auto-intitulam deste jeito, revolucionário!). Ninguém foi as ruas protestar, pedir a punição dos culpados, lutar pela ética na política. Ao contrário (do avesso), os jovens avisaram que seriam - junto com os sindicatos (pelegos) e outros movimentos sociais (governamentais/oficiais) - o ponto de apoio para impedir investigações e outras medidas possíveis, como a possível cassação do mandato de Lula.
O final todos nós conhecemos, acabou em pizza! No ano passado, com o surgimento de denúncias contra a família Sarney jovens de todo o Brasil começaram a protestar - primeiro através da internet - e depois marcando manifestações contra a dinastia Sarney também pela rede. Ocorre que, nenhuma entidade estudantil organizou ou ao menos se juntou à juventude descontente por um simples motivo: as entidades estudantis desde o início do governo Lula estão aparelhadas e recebendo vultuosas quantias para continuarem como estão: inertes, mudas e sem ação. Uma rebeldia pelo avesso!
Corrigindo, no escândalo do mensalão do DEM de Brasília, a juventude militante de forma surpreendente acordou para lutar contra a corrupção alheia, ou seja, dos partidos de oposição  ao PT, que diferente do partido, expulsou dos seus quadros todos os envolvidos. Hoje, basta abrir o jornal e ler que José Dirceu(o operador do mensalão) é comandante da campanha de Dilma, assim como o Palocci (que quebrou o sigilo do caseiro)  é homem forte em um potencial governo da muié de Lula. E o Josias Gomes, mensaleiro que é candidato a deputado federal pela Bahia. Cadê a juventude revolucionária e rebelde? Eles podem ser encontrados na oposição do oficialismo, sempre que o partido detentor do poder seja contra o Lulismo. Deixou de ser luta política para se tornar luta partidária! Lástima!
Sobre a candidata governista parece que paira uma áurea de santidade das escolha de Lula. A juventude de outrora que sempre lutou contra todas as formas de coronelismo, desta vez, aceita de bom grado, sem reclamar, apenas porque o presidente escolheu! Conforme já disse no escrito anterior a candidatura de Dilma à presidência é uma afronta a Democracia, mas se for perguntar aos rebeldes revolucionários, a resposta é que Lula escolheu, que foi um governo popular, para impedir as privatizações e todo aquela retórica vazia que se contrapõem a realidade e aos fatos.  É o avesso do avesso do avesso da dita revolução e da rebeldia, é o marasmo, o governismo, o partidarismo puro e simples ignorando qualquer coerência história e política.
Não podia deixar de citar que muitos jovens (e adultos) ainda mantém uma admiração cega por regimes autoritários de viés socialista: Cuba e Venezuela são os maiores exemplos e agora o Irã por se tornar o símbolo do anti-americanismo. Onde está a rebeldia em apoiar regimes que censuram, que prendem e que matam aqueles que não "rezam na cartilha do governo"? É revolucionário nos dias hoje apoiar uma ditadura de 50 anos? É saudável apoiar um caudilho que fecha rádios e tvs, que implanta a censura nos jornais, que invade propriedades e que manda prender opositores, simplesmente por serem opositores? É típico de uma juventude celebrar uma ditadura que reprime manifestações políticas que deveriam ser livres?
Falando em rebeldia, nada melhor que terminar com uma declaração do estudante-símbolo, um dos líderes do maio de 68 em Paris, o político Daniel Cohn-Bendit hoje deputado do Parlamento Europeu pelo Partido Verde alemão, que diz muito do quadro político do Brasil:
"O perigo é a utopia levar a um certo absolutismo de ideias que se traduz na dissolução das estruturas democráticas do país, algo que Hugo Chávez está implementando na Venezuela. Uma utopia não pode ser a verdade absoluta. Sem o debate e a pluralidade, a política fica estéril. É importante que as novas utopias não caiam nas mesmas armadilhas das velhas".
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dilma e eu



Por que o título? Não sei, apenas venho sendo compelido a explicar aos que me conhecem e sabem que já fui simpatizante do Partido dos Trabalhadores (PT), inclusive fazendo campanha para Lula nas duas últimas eleições, porque não vou votar em Dilma Roussef. Este escrito estava sendo gestado desde a semana passada, contudo, como expliquei no último post os fatos terminaram por suplantar as idéias, temporariamente.... Foi quando, no blog de minha amiga Lilian Simões, ao comentar sobre as eleições, surpreendentemente percebi que tudo o queria dizer, estava dito. Foi também a própria blogueira que me disse uma vez, "comentário não é post", portanto...
Começando pelo começo (que criatividade!) e antes de tudo, estou a falar de Democracia. Penso que um governante apresentar um nome para a sua sucessão e fazer campanha para o seu candidato é normal! Anormal e ilegal, é começar a fazer campanha há mais de dois anos, como foi no caso Lula/Dilma. 
Sendo o Brasil uma república presidencialista não basta um presidente popular de um governo popular indicar o seu sucessor, este tem que preencher alguns requisitos  mínimos como experiência pública e política, até porque estamos votando na pessoa que vai governar, no próximo gestor e não no seu padrinho político. É o mínimo de respeito às instituições e à democracia!
As pessoas que declaram o voto em Dilma  não o fazem por seus eventuais méritos, defeitos e qualidades, ao contrário, declaram voto porque ela é candidata do Lula. O simples fato de aparecer ao lado de Lula é motivo determinante para o voto. Ou seja, quem vota apenas é Lula, monocracia! Quem escolheu de fato e os seus reais motivos (os quais eu desconheço) foi Lula, os “eleitores de Dilma” apenas votam nela porque Lula indicou. Afinal, estamos em uma democracia ou uma monocracia cujo soberano Lula decide o futuro político do país?
Triste constatação, é o novo curral eleitoral “bolsa-famílico” no país.
As últimas pesquisas mostram que a “muié” do Lula (coitada da insossa e indiferente primeira-dama, D. Marisa Letícia, relegada a papel de concumbina uma vez que as pessoas identificam Dilma como “muié” do presidente) está cada dia melhor colocada apenas porque Lula a indicou, sua (in)competência, história, nada disso importa…
Se Lula decidisse eleger o saudoso e lendário bode preto de Ipirá para presidente da República todos votariam porque Lula simplesmente o indicou, independente de nós sabermos que o bode é apenas um bode.
Dilma é apenas Dilma, uma pessoa que nunca disputou uma eleição, é “cristã-nova” no PT e foi escolhida e imposta candidata porque os outros candidatos a candidatos do PT foram sugados por escândalos de corrupção ou impedidos por Lula.
Sobre a "experiência" dela no governo, o que dizer? A brilhante gestora Dilma, “a mãe do PAC”, é coordenadora de um programa que atingiu apenas 13% do previsto. Boa gestão? E sobre os programas de transferência de renda, não custa lembrar que foram criados ainda no governo de FHC, ganharam novos nomes e foram aperfeiçoados durante o governo Lula, assim como o “Luz para Todos”, etc.  O Fome Zero, principal menina dos olhos do presidente e do PT é um fracasso monumental! 
Os eleitores deveriam exigir dos candidatos à presidência o mínimo de experiência pública e política.  Para ser presidente é preciso saber negociar ou escolher quem vai negociar com o Congresso Nacional, os governadores e os prefeitos. Qual experiência ela tem? 
Falo isso como quem votou e sempre fez campanha para Lula, que ainda bem, não reestatizou nenhuma empresa privatizada (como foi que alcançamos a marca de milhões de celulares e aparelhos telefônicos?), a Vale hoje é maior exportadora do país gerando milhões de empregos, e principalmente continuou com a mesma política econômica do governo FHC (o atual presidente do Banco Central, Henrique Meireles, antes de ocupar o cargo foi eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás).  É a economia que tira as pessoas da pobreza, não são os programas sociais – estes são apenas auxiliares. E a política econômica não é de Lula, é de FHC e do PSDB, mas os governistas fazem questão de REESCREVER A HISTÓRIA e tomar para si tudo de bom que se fez no Brasil e deixar tudo de errado para os “outros”.
A candidata Dilma, para quem não sabe, filiou-se ao PT apenas em 2001 e era considerada “cristã nova” no partido até pouco tempo atrás. E foi da Casa Civil que Dilma “pediu” que fosse concluída rapidamente as investigações sobre a família de Sarney na Receita Federal;  foi lotada na Casa Civil – e a pedido de Dilma – a mulher do representante das FARC no Brasil; foi da Casa Civil que saiu o absurdo programa de “Direitos Humanos “ que previa a censura aos meios de comunicação, a idéia de tirar da justiça a competência para os conflitos agrários e tantos outros absurdos que saíram do órgão durante a sua gestão. 
Não é porque sempre votei no PT que vou votar em Dilma. Não é porque o governo Lula é bem avaliado e foi importante para o país (reconheço os avanços, resultados de uma política que começou ANTES de Lula) que vou votar em Dilma. Não vou votar em Dilma porque ela simplesmente é a candidata de Lula.
Seguindo esta lógica, a da infalível escolha de Lula, então em Alagoas vamos votar em Renan Calheiros e Collor. No Maranhão todos votando em Roseana Sarney, a companheira fiel, e Cia Ltda. Em Pernambuco, lutar pela reeleição de Severino Cavalcanti.  No Pará, Jader Barbalho é o cara! Na Bahia, como  o mensaleiro Josias Gomes é candidato do time de Lula, porque não votar nele?
Para terminar, um trecho da música Tom Sawyer da banda de rock canadense Rush, que expressa o sentimento de liberdade de escolha...


"...Apesar de sua(minha) mente não estar disponível para aluguel
Não o(me) coloque como arrogante
Seu(meu) jeito reservado, uma defesa quieta
Resistindo aos eventos do dia
...Não, sua (minha) mente não está disponível para aluguel
Para nenhum deus ou governo
Sempre esperançoso, ainda que descontente
Ele(eu) sabe (sei) que mudanças não são permanentes
                                                              Mas que mudar é".
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Zona cinzenta e o graal

Queria falar sobre política (claro!) mas os fatos, às vezes, se sobrepõem às idéias impondo uma agenda que sequer existia. Tudo começou no final da tarde de segunda quando cheguei em casa mais cedo. Costumo colocar as chaves e documento do carro e casa, carteira, relógio, crahá e o pen drive no mesmo lugar da estante, normal!
Ocorre que, desde a chegada senti a falta do pen drive - e todo o seu conteúdo (trabalho, músicas, escritos, fotos, etc)  - porém não comecei a procurar porque achei que estava no bolso da camisa ou do paletó, escondido na estante, no quarto ou mesmo no carro. 
Como acontece toda segunda à noite, fui ao encontro dos Invisíveis na cidade e foi a partir daí que tudo começou. Ao sair de casa e pegar todas as coisas acima, achei a capa do bendito pen drive, mas o objeto continuou desaparecido. 
Quando cheguei no carro praticamente o coloquei de ponta cabeça e nada! Fui e quando voltei para casa comecei a procurar de verdade, revirando a estante, a cozinha, o banheiro, os sapatos, o armário, a cama, as roupas. Simplesmente desapareceu! Voltei ao carro e recomecei a busca sem qualquer indício. 
Voltei para casa e antes de dormir - já passava de 1h30 da madrugada - fui tomar banho quando percebi um vento frio entrando pela sala de televisão, era uma janela aberta... Foi o suficiente para começar a pensar que alguém tinha entrado em casa e roubado (apenas/por que?) o meu valioso objeto. Vamos combinar que o fato de morar sozinho é um fator preponderante para criação destas maluquices...
Dormi altas horas matutando onde eu o teria deixado. Pela manhã, acordei e logo recomecei a busca no quarto, no banheiro, na cozinha, nas roupas, nos sapatos... Infelizmente, não tinha muito tempo porque tinha horário marcado para a revisão do carro. Na garagem, informei ao porteiro da perda e ele prontamente, junto com uma vizinha, começaram a procurar no meu carro, de novo! Nada encontramos! Pedi para que procurasse na garagem e nos elevadores.
Quando cheguei à concessionária, e depois dos procedimentos de praxe, pedi para que procurassem no carro. Fiquei sabendo que receberia o carro ainda naquela manhã por isso (e pelo temporal que caía na cidade) fiquei aguardando. Ligaram do trabalho, aproveitei e perguntei se alguém tinha visto o pequeno objeto, também não. 
Sentado esperando, passei a me questionar se a memória que eu tinha era a real ou a imaginária. Quando saí do Juizado no Iguatemi tinha a certeza de ter ligado o som, conectado o pen drive para ouvir minhas músicas favoritas até em casa e que aqui chegando o retirei e trouxe junto com as outras coisas. 
E as perguntas foram se avolumando. Deixei cair no Juizado? Voltei mesmo para casa ouvindo as músicas do pen drive? Todos estes momentos eram uma zona cinzenta cheia de dúvidas, tanto que passei a questionar se a minha memória era real ou fruto da minha imaginação ou do estresse diário (nos engarrafamentos monstros que enfrento), sei lá...
Quando voltei de novo para casa, o porteiro me avisou que procurou em todos os lugares, até no poço do elevador, e nada encontrou. Almocei e recomecei a procurar nos mesmos lugares. Toda aquela busca só fortalecia a sensação de loucura e de dúvidas a respeito de minha sanidade mental. Cansado da maratona resolvi cochilar e terminei acordando apenas no começo da noite. Tomei café e vim para a internet "esfriar as idéias" quando decidi voltar a procurar no carro sem encontrar nada. 
Com o cérebro esfumaçando resolvi procurar nos outros lugares da casa, quem sabe o vento  que entrou em casa não o levou para outro lugar? Em certos momentos não conseguia mais fazer qualquer ponderação acerca dos meus pensamentos. Fui aos outros quartos, a dispensa, pensei até mesmo em procurar no lixo mas fui dar uma busca na sala. Acendi todas as luzes e comecei a procurar pelo chão, embaixo de todos os móveis, quando o meu Graal apareceu  caído na almofada da  poltrona junto a porta da sala. 
Estava lá o tempo todo. Quando cheguei em casa com várias coisas na mão - papéis, paletó, chaves - devo ter colocado em cima do braço da poltrona e na hora de pegar deve  ter caído. O que ando a me perguntar agora é por que não procurei lá antes? Porque minhas hipóteses apontavem sempre para o mais improvável, o mais irreal?
Será que estive/era/sou louco?
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Absurdos no Atacado

"Felicidade foi-se embora e saudade no meu peito, inda mora", já cantarolava Lupicínio Rodrigues. Talvez em busca da felicidade política o senador brasiliense e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque resolveu incluir na Constituição Federal a felicidade como direito fundamental, com o apoio de outros 30 senadores e dezenas de deputados. Os congressistas estão tão empolgados com tal proposição que a Proposta de Emenda Constitucional - PEC da Felicidade - irá tramitar conjuntamente nas duas casas (Câmara e Senado). No final, a PEC será aprovada à unanimidade no Congresso Nacional, afinal quem será contra a felicidade dos seus eleitores? Longe de mim desmerecer iniciativa de tamanha importância e complexidade para o nosso país, mas, por que os nossos representantes não se preocupam com temas/questões menos filósoficas freudianas e mais importantes como as reformas políticas e tributárias? Por que não diminuir a carga de impostos?

Se no Congresso Nacional somos surpreendidos com projetos de lei totalmente imprestaveis (?!), de outro lado, o governo federal envia para análise PL que quer proibir a palmada, aquela que 99% das pessoas já levaram quando era criança. Há exceções, é claro. Quando fala-se em palmada nada tem a ver com tortura e espancamento. Eu levei algumas palmadas quando criança e hoje sei que foram necessárias. Este projeto de lei é mais uma tentativa de ingerência do governo na vida da sociedade. Uma cubanização, bolivarianismo talvez....

Falando em Cuba, o ditador Fidel Castro reapareceu (ou ressuscitou?) e fez uma palestra para os jovens, noticiada pelos meios oficiais (únicos) de comunicação do partido, exaltando o lado humano da "revolução". Ao mesmo tempo, na Espanha, os dissidentes do regime ditatorial celebram os primeiros dias em liberdade. É de difícil compreensão que jovens brasileiros inteligentes, cultos e vivendo sob a égide de uma constituição democrárica sintam-se tão à vontade para ficar tecendo loas ao ditador que há cinquenta anos comanda Cuba com mãos de ferro, torturando e matando os opositores. Estes mesmos jovens que discutiam e bradavam contra qualquer atitude autoritária do último coronel da Bahia, ACM. Afinal, eles lutavam contra um regime ou contra o político?

De volta ao país dos aiatolás, o polvo alemão Paul tornou-se alvo da fúria do ditador iraniano. Com as previsões acertadas o animal transformou-se no símbolo do Ocidente e de tudo o que representa para os fundamentalistas do oriente próximo. Por que a revolta com o molusco? Fosse só isso... O mundo todo está mobilizado para libertar uma mulher condenada a morte ninguém sabe direito porque motivo: adultério, assassinato, adultério na viuvez. A cada nova declaração os aiatolás acusam a mulher de um novo "crime." Desta vez, e depois de apelos vindos de todas as partes do mundo o nosso presidente resolveu se pronunciar se prontificando a receber a mulher que estaria causando incômodos no país. Não satisfeito, o presidente ainda se gabou de ter sido chamado de "emotivo" e "humanitário" pelo ditador atômico. A diplomacia (cabe este termo?) iraniana ainda disse que  Lula não entendia muito do assunto tratado, que vergonha! E a candidata-presidenta, a mãe do PAC e dos brasileiros, a mulher, o que pensa sobre o caso?

Não bastasse toda a love story de Lula com os ditadores nos quatro cantos deste mundo, o Itamaraty, contrariando toda nossa história, enviou carta aos Estados-membros da ONU com proposta para evitar censura pública aos regimes autoritários. Infelizmente não é uma piada. A política externa brasileira vai na contramão da construção de valores universais e dos direitos humanos. Pergunta-se se esta atitude não seria uma medida preventiva para proteger a sua candidata caso a mesma se eleja? 

Voltando à política nacional, mais um projeto de campanha merece uma atenção especial. Vem lá das Alagoas a proposta de campanha do candidato Collor "que é apoiado por Lula e que apóia Dilma": a criação da bolsa-dignidade! Este programa social do caçador de marajás consiste em oferecer às famílias cadastradas no Bolsa-Famíla mais 20% do valor a título de oferecer dignidade ao povo alagoano. Quem diria, um dia Collor e Lula a cada dia mais parecidos, inconfundíveis...
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