sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Conto de Carnaval: "Vai pra aonde motor?"

Esse causo aconteceu de verdade no carnaval passado, ou retrasado, não lembro bem.
Como não uso carro durante os festejos de Momo - que este ano quase ficou sem sua rainha - pego minha Mercedez com motorista no ponto perto de casa e rumo em direção ao Farol da Barra.
Era uma sexta-feira. G
eralmente, pego a linha que passa pela Cardeal da Silva, que estava demorando muito. Passou um micro ônibus via Vasco da Gama, não pensei duas vezes e entrei. Pra quê?
O coletivo já estava lotado, inclusive de turistas, e eu tive que me contentar em ficar perto da catraca e de junto do motorista e do cobrador. Mas tudo bem, tudo pelo carnaval...
Passa a Manoel Dias, passa Amaralina e aquele fluxo normal (tente imaginar
alguma normalidade durante este período!) e chega ao Rio Vermelho. O busu estava animado, várias pessoas de abadá, os turistas ansiosos perguntando quanto tempo faltava pra chegar, alguns problemas na hora do troco, tudo normal, até que....
O motorista passa direto pelo Rio Vermelho, e segue em direção ao Largo da Dinha e à Cardeal da Silva, foi quando eu e outros nativos gritamos...'Vai pra onde motor?', que imediatamente respondeu: "Vou levar vocês pro Carnaval"... e a confusão se instalou e ninguém entendia mais nada. Principalmente os turistas. Foi então que o ônibus encostou quase em frente ao restaurante da Dinha.
Como eu estava em uma posição privilegiada(?!), me dispus a explicar a geografia urbana da cidade e disse que a passagem para a Vasco da Gama já tinha passado. Mesmo assim, com sorte(e com a minha preciosa ajuda), conseguimos pegar o caminho da Vasco e lá fomos nós.
De volta ao percurso, e com a moral adquirida depois
de guiar o motorista (e o cobrador, ambos não sabiam não sabiam o caminho) pelas ruas certas, perguntei o óbvio: "Vocês são daqui?", o que de pronto me respondeu o motorista: "Não, somos de Camaçari, a empresa avisou ontem que íamos trabalhar no carnaval de Salvador e estamos aqui, é a nossa primeira viagem...".
Satisfeito com a resposta, porém pensando naquela frase que absurdo tem precedente na Bahia, minha preocupação maior agora era chegar ao Farol a tempo de pegar a saída do Expresso 2222. Chegamos na Vasco e na altura do viaduto perto do Dique parou tudo. A ansiedade era perceptível em todos, inclusive em mim. Sem perceber, comecei a resmungar em voz alta que não ia ficar ali parado, que eu ia descer no Nina, blá blá blá..
Foi então que um dos turistas, percebendo que eu era da terrinha e curioso com o meu desabafo, me perguntou onde ficava e o que era o Nina. Aí eu expliquei que era o Instituto Médico Legal que ficava no início da Av. Centenário, onde fica o shopping Barra, nosso destino final. Ele então disse que me acompanharia, junto com o seu grupo(10 a 12 pessoas). 'Por mim tudo bem!', respondi...
Só que estava tudo parado, ficamos neste local por volta de 20 a 30 minutos. Me retei e decidi ir andando até o Farol da Barra. Avisei aos interessados que, ansiosos (e atrasados, descobri mais tarde!), decidiram me acompanhar.
Me tornei um guia turístico e apresentei como pude a cidade. 'Aquela lagoa é o dique do tororó...aqui é o Nina...', além de falar sobre meus carnavais....
Um dos turistas veio retado falar comigo, achando que era muito longe de onde eles estavam na cidade, Piatã. 'Longe?', perguntei. O motivo da revolta é que disseram a eles que de Piatã até a Barra eram umas seis quadras. 'Quadras?', respondi rindo, 'quadra aqui em Salvador só de esportes mesmo...'
Finalmente chegamos ao Farol da Barra, deixei eles dentro do Carnaval, o serviço foi completo. Quando me aventurei no curso de Turismo, nunca poderia imaginar que um dia fosse 'trabalhar' com turismo receptivo....
Depois de curtir o Expresso no circuito Barra-Ondina e de lá, já por volta de 6 da manhã,
ir andando até o Rio Vermelho pra pegar o Pituba, estava em um ônibus praticamente vazio cujo motorista retribuiu, sem saber, o favor que eu fiz ao transporte municipal me deixando a poucos metros da minha casa. Cheguei em casa pensando: "acho que deveria ter pedido meu dinheiro de volta ao cobrador do ônibus da Vasco..."

5 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Como eu queria ver esse quadro!!!!Como eu queria !! A cara dos turistas kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk olha sinceramente eu ri demais !!!

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  2. Este é o primeiro conto de carnaval. Já me lembrei de outro, que vou contar na quinta de carnaval...eu e minhas histórias...kkk

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  3. Como já conheço todas essas histórias de carnaval kkkkkkkk... Fiquei lembrando das outras, olha que não são poucas. Todos os dias tem um acontecimento!!
    E nesse caso contado aí, os amigos que o esperavam, em um dado momento já estavam para morrer de um ataque cardíaco, e eu nem se fala, sem saber o porquê que não havia chegado no horário combinado.
    E vamos esperar dia 19 para iniciar tudo novamente, e entrar mais historia na coleção carnavalesca.

    Beijos

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.....

    Adoooreei o "causo" ahuhauahuahuahuah... tadinhooooo de vc e dos outros milhares do busu... mas tb pra quem consegue ir sozinho p carnaval, isso é fichinha né??? kkkkkkkkkkkkkkkkk.....

    Pense por um lado bom (se eh q teve um), vc pode não pode dizer que seu curso de turismo não foi pelo menos um pouco aproveitado, né?! hauhauahuahuahuahauhaa...

    Quero saber mais históriass...

    BjOs! :*

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  5. Fui ao carnaval de Salvador apenas 1 vez (2007). Foi muito bom apesar da minha má expectativa. Fiquei na “Praça da Bandeira” (em Ondina, próximo ao Oton, ponto cláaaaaaaassico de encontro de Ipiraenses) Curti Armandinho, Luiz Caldas e uma participação especial do Buiquini Cavadão no trio do Jammil. Massa foi curtir a qualidade do som dos trios. Tive a melhor experiência com psicotrópicos da minha vida, o spray de pimenta da PM. Mas consegui chegar em casa ileso.

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