quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Zona cinzenta e o graal

Queria falar sobre política (claro!) mas os fatos, às vezes, se sobrepõem às idéias impondo uma agenda que sequer existia. Tudo começou no final da tarde de segunda quando cheguei em casa mais cedo. Costumo colocar as chaves e documento do carro e casa, carteira, relógio, crahá e o pen drive no mesmo lugar da estante, normal!
Ocorre que, desde a chegada senti a falta do pen drive - e todo o seu conteúdo (trabalho, músicas, escritos, fotos, etc)  - porém não comecei a procurar porque achei que estava no bolso da camisa ou do paletó, escondido na estante, no quarto ou mesmo no carro. 
Como acontece toda segunda à noite, fui ao encontro dos Invisíveis na cidade e foi a partir daí que tudo começou. Ao sair de casa e pegar todas as coisas acima, achei a capa do bendito pen drive, mas o objeto continuou desaparecido. 
Quando cheguei no carro praticamente o coloquei de ponta cabeça e nada! Fui e quando voltei para casa comecei a procurar de verdade, revirando a estante, a cozinha, o banheiro, os sapatos, o armário, a cama, as roupas. Simplesmente desapareceu! Voltei ao carro e recomecei a busca sem qualquer indício. 
Voltei para casa e antes de dormir - já passava de 1h30 da madrugada - fui tomar banho quando percebi um vento frio entrando pela sala de televisão, era uma janela aberta... Foi o suficiente para começar a pensar que alguém tinha entrado em casa e roubado (apenas/por que?) o meu valioso objeto. Vamos combinar que o fato de morar sozinho é um fator preponderante para criação destas maluquices...
Dormi altas horas matutando onde eu o teria deixado. Pela manhã, acordei e logo recomecei a busca no quarto, no banheiro, na cozinha, nas roupas, nos sapatos... Infelizmente, não tinha muito tempo porque tinha horário marcado para a revisão do carro. Na garagem, informei ao porteiro da perda e ele prontamente, junto com uma vizinha, começaram a procurar no meu carro, de novo! Nada encontramos! Pedi para que procurasse na garagem e nos elevadores.
Quando cheguei à concessionária, e depois dos procedimentos de praxe, pedi para que procurassem no carro. Fiquei sabendo que receberia o carro ainda naquela manhã por isso (e pelo temporal que caía na cidade) fiquei aguardando. Ligaram do trabalho, aproveitei e perguntei se alguém tinha visto o pequeno objeto, também não. 
Sentado esperando, passei a me questionar se a memória que eu tinha era a real ou a imaginária. Quando saí do Juizado no Iguatemi tinha a certeza de ter ligado o som, conectado o pen drive para ouvir minhas músicas favoritas até em casa e que aqui chegando o retirei e trouxe junto com as outras coisas. 
E as perguntas foram se avolumando. Deixei cair no Juizado? Voltei mesmo para casa ouvindo as músicas do pen drive? Todos estes momentos eram uma zona cinzenta cheia de dúvidas, tanto que passei a questionar se a minha memória era real ou fruto da minha imaginação ou do estresse diário (nos engarrafamentos monstros que enfrento), sei lá...
Quando voltei de novo para casa, o porteiro me avisou que procurou em todos os lugares, até no poço do elevador, e nada encontrou. Almocei e recomecei a procurar nos mesmos lugares. Toda aquela busca só fortalecia a sensação de loucura e de dúvidas a respeito de minha sanidade mental. Cansado da maratona resolvi cochilar e terminei acordando apenas no começo da noite. Tomei café e vim para a internet "esfriar as idéias" quando decidi voltar a procurar no carro sem encontrar nada. 
Com o cérebro esfumaçando resolvi procurar nos outros lugares da casa, quem sabe o vento  que entrou em casa não o levou para outro lugar? Em certos momentos não conseguia mais fazer qualquer ponderação acerca dos meus pensamentos. Fui aos outros quartos, a dispensa, pensei até mesmo em procurar no lixo mas fui dar uma busca na sala. Acendi todas as luzes e comecei a procurar pelo chão, embaixo de todos os móveis, quando o meu Graal apareceu  caído na almofada da  poltrona junto a porta da sala. 
Estava lá o tempo todo. Quando cheguei em casa com várias coisas na mão - papéis, paletó, chaves - devo ter colocado em cima do braço da poltrona e na hora de pegar deve  ter caído. O que ando a me perguntar agora é por que não procurei lá antes? Porque minhas hipóteses apontavem sempre para o mais improvável, o mais irreal?
Será que estive/era/sou louco?
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2 comentários:

  1. Ora,ora, se vc for louco por tão pouco lhe conto outra, devo ser um caso perdido. Já guardei documentos que eram muito importantes e jamais voltei a encontrá-los. Há uma preocupação coletiva, aqui em casa ,quando digo que vou guardar alguma coisa.

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  2. kkkkkkkkkkk Formidável!!!Não tive como não lembrar do dia em que eu "perdi" a chave do carro na ignição!!O bar inteiro procurando nas mesas,no chão,quando o garçom viu pelo vidro e me chamou dizendo "tá lá"kkkkk ô cachaça!kkkkkk no meu caso,claro.
    Beijo,Dé

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