segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Absurdos no Atacado

"Felicidade foi-se embora e saudade no meu peito, inda mora", já cantarolava Lupicínio Rodrigues. Talvez em busca da felicidade política o senador brasiliense e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque resolveu incluir na Constituição Federal a felicidade como direito fundamental, com o apoio de outros 30 senadores e dezenas de deputados. Os congressistas estão tão empolgados com tal proposição que a Proposta de Emenda Constitucional - PEC da Felicidade - irá tramitar conjuntamente nas duas casas (Câmara e Senado). No final, a PEC será aprovada à unanimidade no Congresso Nacional, afinal quem será contra a felicidade dos seus eleitores? Longe de mim desmerecer iniciativa de tamanha importância e complexidade para o nosso país, mas, por que os nossos representantes não se preocupam com temas/questões menos filósoficas freudianas e mais importantes como as reformas políticas e tributárias? Por que não diminuir a carga de impostos?

Se no Congresso Nacional somos surpreendidos com projetos de lei totalmente imprestaveis (?!), de outro lado, o governo federal envia para análise PL que quer proibir a palmada, aquela que 99% das pessoas já levaram quando era criança. Há exceções, é claro. Quando fala-se em palmada nada tem a ver com tortura e espancamento. Eu levei algumas palmadas quando criança e hoje sei que foram necessárias. Este projeto de lei é mais uma tentativa de ingerência do governo na vida da sociedade. Uma cubanização, bolivarianismo talvez....

Falando em Cuba, o ditador Fidel Castro reapareceu (ou ressuscitou?) e fez uma palestra para os jovens, noticiada pelos meios oficiais (únicos) de comunicação do partido, exaltando o lado humano da "revolução". Ao mesmo tempo, na Espanha, os dissidentes do regime ditatorial celebram os primeiros dias em liberdade. É de difícil compreensão que jovens brasileiros inteligentes, cultos e vivendo sob a égide de uma constituição democrárica sintam-se tão à vontade para ficar tecendo loas ao ditador que há cinquenta anos comanda Cuba com mãos de ferro, torturando e matando os opositores. Estes mesmos jovens que discutiam e bradavam contra qualquer atitude autoritária do último coronel da Bahia, ACM. Afinal, eles lutavam contra um regime ou contra o político?

De volta ao país dos aiatolás, o polvo alemão Paul tornou-se alvo da fúria do ditador iraniano. Com as previsões acertadas o animal transformou-se no símbolo do Ocidente e de tudo o que representa para os fundamentalistas do oriente próximo. Por que a revolta com o molusco? Fosse só isso... O mundo todo está mobilizado para libertar uma mulher condenada a morte ninguém sabe direito porque motivo: adultério, assassinato, adultério na viuvez. A cada nova declaração os aiatolás acusam a mulher de um novo "crime." Desta vez, e depois de apelos vindos de todas as partes do mundo o nosso presidente resolveu se pronunciar se prontificando a receber a mulher que estaria causando incômodos no país. Não satisfeito, o presidente ainda se gabou de ter sido chamado de "emotivo" e "humanitário" pelo ditador atômico. A diplomacia (cabe este termo?) iraniana ainda disse que  Lula não entendia muito do assunto tratado, que vergonha! E a candidata-presidenta, a mãe do PAC e dos brasileiros, a mulher, o que pensa sobre o caso?

Não bastasse toda a love story de Lula com os ditadores nos quatro cantos deste mundo, o Itamaraty, contrariando toda nossa história, enviou carta aos Estados-membros da ONU com proposta para evitar censura pública aos regimes autoritários. Infelizmente não é uma piada. A política externa brasileira vai na contramão da construção de valores universais e dos direitos humanos. Pergunta-se se esta atitude não seria uma medida preventiva para proteger a sua candidata caso a mesma se eleja? 

Voltando à política nacional, mais um projeto de campanha merece uma atenção especial. Vem lá das Alagoas a proposta de campanha do candidato Collor "que é apoiado por Lula e que apóia Dilma": a criação da bolsa-dignidade! Este programa social do caçador de marajás consiste em oferecer às famílias cadastradas no Bolsa-Famíla mais 20% do valor a título de oferecer dignidade ao povo alagoano. Quem diria, um dia Collor e Lula a cada dia mais parecidos, inconfundíveis...
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2 comentários:

  1. Como bem diz o candidato Plínio,este senado não tem serventia nenhuma a não ser aparelhar oligarquias como a do Maranhão encabeçada pelo oligarca mor.
    Abraço!

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  2. Ora,ora, vc ñ está olhando pelo lado positivo, se for obrigado ser feliz , pessoas como eu e vc, vão parar de reclamar...rsrs

    Vamos ficar sem graça, parecendo bonequinhos playmobil, nos colocarão onde quiserem e de nada reclamaremos...

    Quanto a bolsa "dignidade", o Collor sabe o que é isso? Acho que ele pensa ser uma bolsa de Louis Vuitton

    Já que nada posso fazer, chorar não resolve, vou continuar rindo do Forrest Lula e companhia.

    Viu a resposta do embaixador do Irã ao Lula sobre a iraniana condenada a morte já nem sei o motivo? Hilária e merecida. Que vergonha !

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