terça-feira, 20 de abril de 2010

Volver ao centro! Celebrai-vos!

No dia 21 de abril de 1960, portanto há 60 anos, a nova capital do Brasil construída pelo presidente bossa nova ou simplesmente JK e planejada pelos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa foi finalmente inaugurada depois de muita polêmica. A capital federal foi criada com o pretexto de unir o país, já que se encontra no centro territorial, um pouco oeste, e também para afastar os poderes constituídos da pressão popular exercida na então capital, a cidade do Rio de Janeiro. Vamos comemorar então as bodas de prata desta cidade localizada no Planalto Central!
Brasília, 50 anos depois, voltou ao centro das atenções do país depois de presenciar o mais documentado escândalo político dos últimos tempos. O panetonegate ou mensalão do DEM do Distrito Federal coincidiu justamente com os preparativos - cancelados, obviamente - para uma festa de arromba de celebração de data tão importante. A nova capital, contudo, pode se "orgulhar" de ter cassado o primeiro senador da história, o famoso Luiz Estevão, assim como pode se "orgulhar" de ter o primeiro governador (no exercicio do cargo) preso, o reincidente José Roberto Arruda. Será orgulho mesmo?
Para continuar falando de centro, e falando em poder, o significado de "centro" político pode modificar de acordo com aquele que está no poder e seus interesses. Por exemplo, quando cortejava o apoio do senador César Borges (PR) para compor a chapa majoritária o governador petista disse que a presença do republicano iria caracterizar a chapa como de centro-esquerda. Nada mal para quem rotulava os carlistas (ou ex-carlistas) como da direita (no pior sentido da palavra), aliado dos banqueiros internacionais, contra os interesses do povo, o tal pessoal da elite, etc...
Se pensarmos bem, nesta nova lógica centrista, podemos colocar todos os neo-aliados do Lula como políticos de centro: José Sarney, cujo centro do poder do imortal está enraizado no Maranhão; Jáder Barbalho, ex-neo-aliado do PT no Pará; Fernando Collor, cujo centro está simplesmente no apoio ao governo e etc. Os únicos que sobram (coitados!) são os adversários políticos: os social-democratadas do PSDB, os egressos do partidão (PCB) do PPS e os liberais (estes sim de direita, por acaso algum crime?)) do Democratas. No Brasil chegamos a um patamar que a direita não existe politicamente, como no Chile, Paraguai, EUA, Europa, etc.
Esta lógica de políticos migrando para o centro muitas vezes não agrada a gregos e troianos, pelo menos aqui na Bahia. Uma matéria publicada no site do jornalista Raul Monteiro, Política Livre, mostra que o clima no palanque duplo montado pelo governador Jaques Wagner(PT) em Conceição do Coité não é dos melhores. Em evento na cidade, os petistas vaiaram o deputado estadual neo-aliado Emério Resedá (ex-PSDB, PDT) tanto que o governador precisou intervir e pedir respeito àquelas pessoas que "a gente não gosta". Conclusão: volver ao "centro" nem sempre é a melhor solução!
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Fotos: Viagem à Brasília em 2008

3 comentários:

  1. Oi, Carlos! Nossa, é difícil hoje, você dizer quem é mais à direita ou mais à esquerda, no poder. O pessoal do PT, antes, era a mesma coisa que o PSDB, partidos de esquerda, mas estando no poder, o PT mudou tudo e ao contrário do que diz, virou partido de centro; basta ver quem governa junto com Lula, que apesar da suspeitíssima popularidade, nada faz sem êles, os aliados.
    Outra coisa, é só verificar quanto os banqueiros, que sempre foram o alvo de petistas ilustres, principalmente de Lula, lucraram no govêrno petista...lucros estratosférico.
    Tenho que admitir que os únicos que se mantem esquerdistas e fazem questão de continuar dando murro em ponta de faca, são o PSOL e o PSTU. Confesso que não gosto muito disso, mas pelo menos, parecem fiéis ao que sempre pregaram.

    O DEM não tem sido tão liberal como antes e também se posiciona como de centro.
    O pior, é ver que a maioria dos políticos que se dizia de esquerda, odiando os da direita, hoje, nenhum deles tem uma posição definida, como já vimos. Ñem da direita, nem da esquerda, mas do oportunismo. Mudam conforme as oportunidades.

    Brasília não merece nenhuma festa e aposto que Jucelino também não haveria de querê-la, depois de ver no que transformaram o seu "milagre", em terra de corruptos e bandidos de toda a espécie.
    Carlos, seu blog tá muito bonito, abçs, Helena.

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  2. Helena, você entendeu direitinho, ou seria esquerdinho, o que eu quis dizer...obrigado, acho que o blog precisava passar por uma reforma, digamos assim...

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  3. Brasília 50,Ipirá 155 e o Brasil mais de 500!!!
    Viva!!! O que mesmo,hein??
    Abração,amigo!

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