quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carnaval, música e mais...

Não sei os outros, mas já conto em minutos o tempo que falta para o Carnaval começar. A cidade se transforma, milhares de pessoas vem de todos os lugares para conhecer a festa que arrasta multidões nos circuitos da folia, celebridades e semi-celebridades são convidadas para   os camarotes espalhados com o intuito de atrair publicidade, etc.

Porém o mais importante da maior festa do mundo é o carnaval do chão, das ruas. São as pessoas comuns que começam a fazer o carnaval no ponto de ônibus contagiando os outros ou quando transformam ônibus em gigantescos atabaques ou mesmo trios elétricos tamanho o barulho que fazem contagiando todos que presenciam a cena, dentro e fora do coletivo.

São estas mesmas pessoas que conseguem trazer dos bairros populares o seu ritmo (pagode, arrocha) que invade a "orla", depois as mídias e passam a concorrer a música do carnaval, contrariando os mais ortodoxos no quesito musical, inclusive este que vos "fala".

Falando nisso, não sou crítico musical, no máximo um regular ouvinte. Ocorre que, não entendo porque se convencionou chamar de Axé Music toda a música lançada na Bahia depois dos anos 80/90. Axé é o movimento que levou os tambores para o centro da música e que trata principalmente das origens afro do nosso estado, as belezas da cidade da Baía, a baianidade e a beleza e o respeito às raízes negras e às religiões afro. 

Não querendo rotular, mas tanto o pagode baiano como arrocha ou mesmo o samba de raiz (do Recôncavo) são estilos musicais que não se confundem com o Axé Music

Enquanto o Carnaval não chega, neste exato momento assisto incrédulo o Senado Federal aprovar - assim como a Câmara dos Deputados - um Projeto de Lei que retira do Congresso Nacional a prerrogativa de discutir e aprovar a Lei que define o salário mínimo até o ano de 2015. Ano, aliás, que pode ser chamado de entre-eventos, a Copa e as Olímpiadas, os quais podem ser usados como desculpas para prorrogar tal absurdo. 

Só para não esquecer que o Projeto de Lei, agora Lei, foi enviada pelo Governo Federal da Presidente Dilma (PT), aquela mesma que prometeu respeitar a Constituição. Minha dúvida:  a presidente está tentando ser "Chávez de saias" ou "La Comandante Fidel sem barba"?

Para concluir todo este escrito, enquanto acabo de ouvir o presidente do Senado José Sarney (PMDB/AP) concluir a sessão, lembrei de Caetano Veloso - que ao contrário de Chico Buarque que se entregou à bajulação petê-governista e deixou a postura crítica de lado e ganhou um Ministério para sua irmã - continua com o frescor da juventude nas idéias e nas músicas:

"Enquanto os homens exercem

 Seus podres poderes
 Índios e padres e bichas
 Negros e mulheres
 E adolescentes
 Fazem o carnaval...

Será que essa
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos..."

Um comentário:

  1. É fato que o Axe music(mílsic),foi inventado para que as nossas cantoras possam assumir a postura internacional leidigaguiana,com ritmos madonnistas e ainda de quebra como toda boa mistura,pequenas porções de maicojeckismo.Tudo isso associado ao temperamento luiscaldense,o criador deste molho de fato.
    Um abração!

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