2 de fevereiro também é dia de Oxum

Bem antes de milhares de baianos e turistas invadirem o Rio Vermelho para reverenciar Iemanjá, o Dique do Tororó é o palco de uma manifestação religiosa do candomblé até hoje desconhecida da maioria da pessoas.

É a entrega do presente de Oxum, orixá das águas doces, que dizem por aí é um tanto ciumenta.

A ialorixá Mãe Aice, do terreiro Odê Mirim, que fica no Engenho Velho da Federação é a responsável pelos rituais dirigidos à Iemanjá e á Oxum.

Já nas primeiras horas do dia 2 de fevereiro adeptos do candomblé e poucos curiosos começam a se concentrar em um determinado local já preparado às margens do lago sagrado a espera do presente para Oxum.

Quando ouve-se os primeiros foguetes ao longe é sinal que a carreata festiva acaba de sair da Vasco da Gama. A pequena carreata (de 10 a 12 carros) chega sob muitos aplausos dos presentes e tendo a sua frente o batuque dos ogãs na primeira caminhonete.

Descem todos os carros em direção aos dois barcos, um deles Oxalá Meu Pai, e seguem em direção ao lugar determinado e depositam o balaio de presentes e as flores ofertadas pelas pessoas.

Ao voltarem da entrega dos presentes, começam os rituais da religião com muita música, dança, incorporações e alegria. E saem dali com o sentimento do dever cumprido.