100 anos de um mito: Carmem Miranda

9 de fevereiro de 2009. Se estivesse viva, Carmem Miranda faria 100 anos.

Mitos são imortais. Carmem Miranda é culturalmente muito importante para o Brasil porque foi a artista que fez de características marcantes da nossa brasilidade um produto cultural muito rentável no comércio internacional. Antes de lançar carreira internacional foi a cantora a vender mais discos no Brasil durante os anos 30.

Aliado ao fato de ajudar a construir a identidade brasileira (até para nós mesmos) que vem sendo adaptada através dos anos até hoje, Carmem se transforma na embaixadora da brasilidade/baianidade, apesar de exibir uma baiana um tanto folclorizada. Com seu estilo brejeiro conquistou o mundo, cantando nas melhores salas de espetáculo. Foi ela também que lançou as marchinhas (“Mamãe eu quero”, uma das mais famosas) e consagrou os compositores Dorival Caymmi, Assis Valente e Ari Barroso.

Além de cantora, estrelou diversos filmes entre eles, “Você já foi a Bahia?”, “Alô, alô Carnaval” e “Serenata Tropical”, no qual ela canta South American Way, um dos grandes sucessos da sua carreira.

Como não poderia deixar de ser, a Pequena Notável não é unanimidade. Há quem diga que ela ajudou a criar um falso estereótipo do Brasil através da sua música, seus figurinos e seus filmes. Outros ainda complementam dizendo que ela não passou de um instrumento de propaganda dos Estados Unidos dentro de uma política de boa vizinhança com o país. Não devemos esquecer que nos anos 30 os EUA buscam apoio do Brasil(inclusive financiando a construção da CSN) - à época governado pelo ditador Getúlio Vargas - que mantinha estreitas relações político-comerciais com a Alemanha nazista de Hitler.

Até que ponto a política norte-americana da época tem influência na carreira dela? Será que algum dia haverá resposta para esta pergunta, através de documentos secretos do FBI, CIA que venham a ser revelados, se é que eles existem?

Ou o sucesso dela na terra de Tio Sam não foi fruto do reconhecimento do seu talento? Não custa lembrar um péssimo hábito dos brasileiros: ridicularizar e/ou menosprezar aqueles que se lançam na carreira internacional.

Abaixo, Carmem canta South American Way no filme "Serenata Tropical"(1940)