terça-feira, 10 de janeiro de 2012

CALEIDOSCÓPIO TOTAL: UMA TEORIA

Hora de desembaçar o caleidoscópio, mergulhar na virtualidade do mundo www. e organizar as ideias...

Confidencialidade e segredo são assuntos que nunca saem de moda, estão sempre em voga, seja em questões profissionais ou pessoais. O assunto do momento é o sigilo dos juízes, o CNJ, a ministra retada Eliana Calmon, etc. 

Saindo dos entretanto e partindo para os finalmente, vou explicar como, talvez, uma teoria de defesa "cara de pau" de um famoso político pode ser bem aplicada ao comportamento nosso diante da confidencialidade. 

O assunto: Confidencialidade;
O político: Paulo Maluf;
A teoria: "Não sei de nada, nunca estive lá".

É muito simples, o segredo e a confidencialidade tem como base a confiança. Se fosse para ser público (o assunto ou a situação) não seria segredo nem confidencial. Portanto, diante de um segredo ou assunto confidencial, que tal agir como Paulo Maluf? 

É até irônico, mas aplicar a estafúrdia teoria de defesa de Maluf pode ser uma boa ideia. Pois bem, no momento imediatamente posterior ao conhecimento, o comportamento é de não saber de nada, afinal, a conversa ou situação nunca aconteceu. "Nunca estive lá", simples assim! 

Não é que tudo tem um lado bom? Se não tiver, a gente inventa...

Outros políticos, a exemplo do ex-presidente Lula, aplicam a teoria de defesa de Maluf muito bem, para o próprio bem, e desprezando a nossa inteligência...

Teoria sem pé nem cabeça?! 
Aos incomodados, bem vindos de volta!
Comente. Discorde. Concorde.
(Aos meus amigos)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carnaval, música e mais...

Não sei os outros, mas já conto em minutos o tempo que falta para o Carnaval começar. A cidade se transforma, milhares de pessoas vem de todos os lugares para conhecer a festa que arrasta multidões nos circuitos da folia, celebridades e semi-celebridades são convidadas para   os camarotes espalhados com o intuito de atrair publicidade, etc.

Porém o mais importante da maior festa do mundo é o carnaval do chão, das ruas. São as pessoas comuns que começam a fazer o carnaval no ponto de ônibus contagiando os outros ou quando transformam ônibus em gigantescos atabaques ou mesmo trios elétricos tamanho o barulho que fazem contagiando todos que presenciam a cena, dentro e fora do coletivo.

São estas mesmas pessoas que conseguem trazer dos bairros populares o seu ritmo (pagode, arrocha) que invade a "orla", depois as mídias e passam a concorrer a música do carnaval, contrariando os mais ortodoxos no quesito musical, inclusive este que vos "fala".

Falando nisso, não sou crítico musical, no máximo um regular ouvinte. Ocorre que, não entendo porque se convencionou chamar de Axé Music toda a música lançada na Bahia depois dos anos 80/90. Axé é o movimento que levou os tambores para o centro da música e que trata principalmente das origens afro do nosso estado, as belezas da cidade da Baía, a baianidade e a beleza e o respeito às raízes negras e às religiões afro. 

Não querendo rotular, mas tanto o pagode baiano como arrocha ou mesmo o samba de raiz (do Recôncavo) são estilos musicais que não se confundem com o Axé Music

Enquanto o Carnaval não chega, neste exato momento assisto incrédulo o Senado Federal aprovar - assim como a Câmara dos Deputados - um Projeto de Lei que retira do Congresso Nacional a prerrogativa de discutir e aprovar a Lei que define o salário mínimo até o ano de 2015. Ano, aliás, que pode ser chamado de entre-eventos, a Copa e as Olímpiadas, os quais podem ser usados como desculpas para prorrogar tal absurdo. 

Só para não esquecer que o Projeto de Lei, agora Lei, foi enviada pelo Governo Federal da Presidente Dilma (PT), aquela mesma que prometeu respeitar a Constituição. Minha dúvida:  a presidente está tentando ser "Chávez de saias" ou "La Comandante Fidel sem barba"?

Para concluir todo este escrito, enquanto acabo de ouvir o presidente do Senado José Sarney (PMDB/AP) concluir a sessão, lembrei de Caetano Veloso - que ao contrário de Chico Buarque que se entregou à bajulação petê-governista e deixou a postura crítica de lado e ganhou um Ministério para sua irmã - continua com o frescor da juventude nas idéias e nas músicas:

"Enquanto os homens exercem

 Seus podres poderes
 Índios e padres e bichas
 Negros e mulheres
 E adolescentes
 Fazem o carnaval...

Será que essa
Minha estúpida retórica
Terá que soar
Terá que se ouvir
Por mais zil anos..."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

E os outros 23 anos?

Pura coincidência. Exatamente no dia em que o PT comemora 31 anos de existência a presidente Dilma sai do claustro palaciano para falar de educação. Engraçado, segundo o calendário Luliano o Brasil começou de fato há apenas pouco mais de 9 anos, nada de bom foi feito ou construído no país até a chegada de Lula ao Palácio do Planalto. Esta conta não fecha...

A imprensa - de forma particular - e a população, em geral, comemora o governo mais comedido de Dilma se comparado ao do diuturno diário auto-elogio do ex-presidente Lula. No  entanto, em um governo que foi eleito para ser a continuação precisa continuar...

A presidente Dilma poderia ter aproveitado a oportunidade de falar a população para explicar:

1. Como ex-ministra de Minas e Energia do governo Lula o motivo do apagão que deixou o Nordeste e depois São Paulo na completa escuridão. Até agora, desconhecemos o motivo, razão ou circunstância dos fatos. Não vale dizer que foram notícias plantadas pela imprensa ou foi golpe da oposição (que insiste em existir), esta desculpa esfarrapada era só do Lula...

2. Como ex-ministra da Casa Civil do governo Lula e sua sucessora explicar porque o corte no Orçamento de R$ 50 bilhões, a suspensão de posse dos concursandos e o adiamento de novos concursos na esfera federal, além de paralisação em obras e investimentos. Diziam alguns durante a campanha que o candidato tucano, José Serra, é que agiria desta forma. E agora José, que não é o Serra? Será o Dirceu? É a bolha do "nunca antes neste país" que está estourando...

O ex-presidente não-desencarnado da presidência, Lula, saiu em defesa da sua criatura ao  chamar os sindicalistas, que travam uma batalha com o governo pelo aumento do salário mínimo, de oportunistas. Logo ele, um sindicalista do ABC?! Donde se conclui que, exceto no seu  governo, os sindicalistas sempre foram oportunistas. Faz sentido...

Do oportunismo para a descortesia. A atual presidente Dilma teve que se contentar em apenas cantar o "Parabéns pra você" e cortar o bolo na festa de aniversário do partido em Brasília, sem discursar. Lula, o agora presidente de honra do partido, não iria deixar sua criatura roubar a sua cena.  Certo que o PT não poderia abandonar Lula na festa de aniversário, só que a maior autoridade do partido, oficialmente falando, é a presidente Dilma. 

Um brinde ao...que mesmo? À perpetuação de Sarney e sua elevação ao patamar de ser humano especial; Às inúmeras tentativas de censurar a imprensa; Ao apoio às ditaduras de Cuba, Irã e Venezuela, À inflação e ao corte de gastos... 

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ano novo, governo novo, tudo novo...novidade?

Jornal A Cidade (Thomas Larson, em 07/07/2009)
"...A novidade veio dar à praia,
 na qualidade rara de sereia.
 metade o busto
 D'uma deusa Maia
 metade um grande
 Rabo de baleia". 


 Ano novo é tempo de recomeçar e renovar, ainda que estejamos apenas seguindo o calendário gregoriano e acompanhando os movimentos da Terra em volta do Sol e nada mais...
  O sentimento de ano novo, governo novo traduz exatamente o que diz a letra do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, nesta particular interpretação: é uma novidade pela metade. Apesar do busto da deusa, o rabo de baleia permanece ali, ainda que disfarçado entre os subterfúgios da novidade "velha".
   O que dizer sobre o novo governo Dilma? Primeiro, o governo precisa de fato começar, ainda que tenha apenas 30 dias. E daí, não era o governo de continuação? Cadê a gerente de todos os programas importantes do governo anterior (atual)? Como confiar naquele discurso de busca pela ética com a escolha dos ministros do Turismo e da Pesca?
   Falando em novidade, porém, interessante a opinião da presidente sobre direitos humanos em entrevistas a jornais portenhos. Se hoje ela condena o Irã, ao contrário do seu mentor, o ex-presidente Lula, então a postura dele estava errada e mesmo assim era defendida. Novidade?
    A nova presidente também prometeu uma relação diferente com a imprensa brasileira. Ou seja, se considera que a sua postura como presidente deve ser diferente daquela adotada por Lula, então a de Lula não estava certa e que as críticas tinham fundamento. Novidade? Estranho, depois de eleita a nova presidente concedeu apenas entrevistas a duas redes de televisão e nada mais. Novidade?
   Reportagens citam diferenças entre os governos de Lula e Dilma. É certo que ambos têm perfis diferentes e que ela fará um governo "para dentro", no sentido diametralmente oposto do ex-presidente, que finalmente não está todos os dias opinando sobre tudo, se auto-promovendo e culpando governos anteriores e a oposição por tudo de mal que acontece ou aconteceu no universo.
   Infelizmente (para nós da planície), e por todos os motivos do mundo (para ela), a nova presidente não pode chamar de "herança maldita" o que recebeu do seu padrinho, embora poderia muito bem denominar assim, pelo menos para manter a tradição. A começar pela decisão inominável de não extraditar o terrorista italiano do PAC, Cesare Battisti, alegando que o mesmo não estaria seguro na Itália, uma democracia.
   Desconfia-se, pois, que a presidente esteja assim reclusa porque está tentando lidar com a tal herança (maldita), ao mesmo tempo em que pensa como não deixar transparecer as culpas, ou melhor, as responsabilidades do governo anterior de que, aliás, era parte integrante importante.
  A nova presidente herdou uma dívida de bilhões, inflação em viés de alta, programas paralisados, máquina "inchada" de companheiros e deverá tomar atitudes nada populares se quiser resolvê-los. Por enquanto, os ministros não se entendem se os cortes no orçamento irão atingir ou não as filhas da mãe, ou melhor, as obras do PAC.
  Fala-se em novidade, renovação, também em Ipirá/BA. Toda novidade e renovação são sempre bem-vindas, difícil encontrar aquele que discorde. Estranho, no entanto, é ouvir falar em renovação partindo de grupos que apoiaram e apóiam o atual governo. Estranho ouvir falar em renovação justamente daqueles que estão desfrutando do poder o qual ajudaram a eleger dizendo que era o melhor para Ipirá e por ser de todos. 
  Antes de terminar com Gil, uma frase do filme O Leopardo do diretor Lucino Visconti que sintetiza este primeiro escrito do ano, que se propôs a falar de novidade, no entanto, viu-se como Cazuza, em um museu de grandes novidades: "Algo precisa mudar para que tudo permaneça igual".
         
 "...A novidade era o máximo

   Do paradoxo...


   E a novidade que seria um sonho

O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho..."   

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tempo...Memórias...

Fim de ano chegando, quase dezembro, outro dia estava atrás do trio, ontem estava curtindo o "frio" do São João, parece que acabei de chegar de férias. Tempo, diminui a velocidade ou até o final do dia vou virar balzaquiano antes do tempo regulamentar...                                                

Deve ser a "magia" de fim de ano, esse sentimento de saudade daqueles que já fizeram parte da nossa história, saudade da própria história. Há que se confessar que sou daqueles fascinados pela história, pelo passado e pelos antepassados. 

Hoje, justamente quando buscávamos informações sobre um dos centenas de invisíveis desta cidade, as nossas próprias histórias batem a nossa porta como que por encanto e todas aquelas lembranças voltam sem pedir licença. Sem perceber, me dei conta que nossas lembranças tem cheiro, gosto, som e até a ausência de som são componentes importantes.

Sempre gostei do cheiro de "maresia", aquele produzido pelas algas no mar. Me dei conta que esse cheiro me transporta para as férias de minha infância quando chegava na Ilha de Itaparica, em Vera Cruz, mais precisamente em Conceição, onde passei boa parte de minhas férias de verão junto com familiares: avós, tios, primos...etc, e as diversas e divertidas histórias (lembranças)...

O cheiro da chuva, ao contrário, lembra da minha infância em Ipirá. Desde pequeno quem mora no sertão aguarda ansiosamente a chuva e com ela toda a mudança no tempo seco e árido do sertão. Cheiro de chuva significa esperança, colheita e fartura...

Som. Música. Falar de música que faz parte da história é "chover no molhado", todo mundo tem as suas. E a ausência de som? Quando passo pelas grandes avenidas de vale de Salvador sinto falta do canto das cigarras, fico feliz quando escuto uma que seja em uma dessas madrugadas da cidade. O que teria acontecido com as cigarras que ninavam meu sono de volta para casa em Salvador? Neste caso, pode-se chamar de "memória surda".

Será o efeito do tempo?